A tartaruga-de-couro (nome científico: Dermochelys coriacea), tartaruga-gigante,[3] tartaruga-de-cerro, tartaruga-de-quilha, tartaruga-de-leste, tartaruga-preta, tartaruga-sete-quilhas, careba-mole ou careba-gigante,[4] é a maior das espécies de tartarugas e é muito diferente das outras tanto em aparência quanto em fisiologia. É a única espécie extante do gênero Dermochelys e da família dos dermoquelídeos (Dermochelyidae). Suas principais características são: crânio muito forte; presença de palato secundário; cabeça parcialmente ou não retrátil; extremidades em forma de nadadeiras não retráteis cobertas por numerosas placas pequenas (com dedos alongados e firmemente presos por tecido conjuntivo); as garras são reduzidas, etc. No mar, tais animais chegam a atingir até 35 quilômetros por hora.[5]
- Nome comum:
- Tartaruga-de-couro
- Nome científico:
- Dermochelys coriacea
- Tipo:
- Réptil
- Dieta:
- Carnívora
- Expectativa de vida:
- 45 anos
- Tamanho:
- Até 2,13 metros
- Peso:
- Até 900 quilos
Evolução
Ancestrais das tartarugas-de-couro modernas já existiam desde que as primeiras tartarugas marinhas verdadeiras evoluíram há mais de 110 milhões de anos atrás, durante o período Cretáceo. Os dermoquelídeos são parentes da família dos queloniídeos (Cheloniidae), que contém as outras seis espécies de tartarugas marinhas existentes. No entanto, o seu grupo irmão é a extinta família dos protostegídeos (Protostegidae), que incluía outras espécies que não tinham uma carapaça dura.[14][15]
Ameaças à sobrevivência
Ameaças à sobrevivência Muitas tartarugas-de-couro têm uma morte precoce devido à atividade humana. Estima-se que apenas cerca de um em cada mil filhotes de tartarugas-de-couro sobrevivam até a idade adulta. Os ovos são frequentemente retirados dos ninhos para consumo humano, seja como alimento, seja como afrodisíaco. Muitas tartarugas-de-couro são vítimas de linhas e redes de pesca ou são atingidas por barcos. As tartarugas-de-couro também podem morrer se ingerirem detritos plásticos flutuantes que confundem com seu alimento favorito: a água-viva. Alguns espécimes foram encontrados com quase 5 quilos de plástico no estômago. No Atlântico, o número de tartarugas-de-couro parece estar estável ou aumentando, porém a população do Pacífico está reduzindo a um ritmo alarmante devido à coleta dos ovos, captura acidental durante a pesca, urbanização costeira e à precariedade do acesso a alimentos. Algumas populações do Pacífico desapareceram completamente de certas regiões, como a Malásia. Cientistas de todo o mundo monitoram e estudam tartarugas-de-couro para saber mais sobre esses répteis gigantescos e como podem ser salvos.
Distribuição geográfica

A tartaruga-de-couro é uma espécie cosmopolita, podendo ser encontrada em todos os oceanos tropicais e subtropicais. De todas as tartarugas existentes, é a que possui distribuição mais ampla, habitando desde regiões próximas ao Círculo Polar Ártico,[39] ao norte, até a Nova Zelândia, ao sul.[17] As três maiores populações geneticamente distintas ocorrem nos oceanos Atlântico, Pacífico Ocidental e Pacífico Oriental.[40][41] Embora praias de nidificação tenham sido encontradas também no Oceano Índico, as populações de tartaruga-de-couro nessa região ainda carecem de avaliação científica.[42] Estimativas recentes indicam que, atualmente, 26 a 43 mil fêmeas fazem ninho em praias todos os anos, representando um declínio notável quando comparado à estimativa de 115 mil fêmeas fazendo ninhos, realizada em 1980.[43]
População do Atlântico
A população de tartarugas-de-couro no Oceano Atlântico se estende por toda a região, sendo encontradas desde o Mar do Norte, ao norte, até o Cabo das Agulhas, ao sul. Ao contrário de outras tartarugas marinhas, as áreas de alimentação da tartaruga-de-couro estão em águas mais frias, onde suas presas, águas vivas, são encontradas em abundância. No entanto, apesar de sua ampla distribuição, apenas algumas praias dos dois lados do Atlântico são utilizadas como locais de nidificação.[44] Os locais de desova mais importantes do Atlântico oeste são localizados na costa nordeste da América do Sul, em Suriname, Guiana e Guiana Francesa, onde algumas poucas praias selecionadas são locais de nidificação primários de várias espécies de tartarugas marinhas, sendo a maioria delas de couro.[21] Além disso, algumas centenas de fêmeas de tartaruga-de-couro fazem ninhos anualmente na costa leste da Flórida,[45] e na Costa Rica, as praias de Gandoca e Parismina fornecem áreas de nidificação.[42][46] Já no Atlântico leste, as praias do Parque Nacional de Maiumba, na costa do Gabão, África Central, recebem o maior evento de nidificação do continente africano e possivelmente de todo o mundo, com cerca de 30 mil tartarugas visitando suas praias a cada ano entre outubro e abril.[41][47]
Subpopulação do Pacífico
As tartarugas-de-couro do Pacífico dividem-se em duas populações. Uma população nidifica em praias em Papua, Indonésia e Ilhas Salomão, e forrageia em todo o Pacífico no Hemisfério Norte, ao longo das costas da Califórnia, Oregão e Washington na América do Norte. A população do Pacífico oriental forrageia no Hemisfério Sul, nas águas ao longo da costa oeste da América do Sul, nidificando no México, Panamá, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica,[41][48] bem como no leste da Austrália.[49] Os Estados Unidos continentais apresentam duas grandes áreas de alimentação. Uma área bem estudada fica na costa noroeste, perto da foz do rio Colúmbia, com outra área situada na Califórnia.[48] Mais ao norte, na costa do Pacífico do Canadá, as tartarugas-de-couro visitam as praias da Colúmbia Britânica.[50] As estimativas do World Wide Fund for Nature (WWF) sugerem que apenas 2 300 fêmeas adultas da tartaruga-de-couro do Pacífico ainda existam, tornando-a a subpopulação de tartarugas marinhas mais ameaçada.[51]
Subpopulação do Mar da China Meridional
Uma terceira possível subpopulação do Pacífico foi proposta, aquelas que nidificam na Malásia. Essa subpopulação, no entanto, está praticamente erradicada. A praia de Rantau Abangue em Trenganu, Malásia, já teve a maior população nidificante do mundo, abrigando dez mil ninhos por ano. A principal causa do declínio foi o consumo de ovos por humanos. Os esforços de conservação iniciados na década de 1960 foram ineficazes porque envolviam escavar e incubar ovos em locais artificiais que inadvertidamente expunham os ovos a altas temperaturas. Só na década de 1980 ficou conhecido que as tartarugas marinhas sofrem determinação sexual dependente da temperatura; suspeita-se que quase todos os filhotes incubados artificialmente eram fêmeas.[52]